Sejamos candeia


Por Fabian Viégas


Segundo o Dicionário, “Candeia é uma pequena peça de iluminação, abastecida com óleo ou gás inflamável e provido de mecha; usa-se geralmente no alto, pendente de um prego”.

Quando Jesus falava às pessoas, ele se utilizava de parábolas. Em dado momento, seus discípulos lhe perguntaram o por quê? E Jesus em resposta lhes disse: “É porquê a vós outros [os discípulos] foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus; mas, a eles, isso não lhes foi dado. Porque àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância; àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará. Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não veem e, ouvindo, não escutam e não compreendem”. (Mateus, 13,10-14)

Assim, quando Ele lhes disse “Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o velador, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa” (Mateus, 5:13-14)), não significa que se devam revelar inconsideradamente todas as coisas, mas que todo ensinamento deve ser proporcionado à inteligência daquele a quem se queira instruir, iluminando sua vida com as promessas de Jesus. E isso significa dizer que mesmo dada condição de inteligência ao ser humano, a capacidade de compreensão está relacionada ao seu esforço pessoal, assim como o óleo e o pavio nesta parábola que se esforçam para manter a chama acessa.

Emmanuel, em obra psicografada de Francisco Cândido Xavier, nos ajuda nesta compreensão dizendo: “Em verdade o sermão edificante e o auxílio fraterno são indispensáveis na extensão dos benefícios divinos da fé. Sem a palavra, é quase impossível a distribuição do conhecimento. Sem o amparo irmão, a fraternidade não se concretizará no mundo. Atentemos para o símbolo da candeia. A claridade na lâmpada consome força ou combustível. Sem o sacrifício da energia ou do óleo não há luz. Para nós, aqui, o material de manutenção é a possibilidade, o recurso, a vida. Nossa existência é a candeia viva.”

Então, cabe a seguinte reflexão: Se a palavra de Deus deve ser entendida como a luz que ilumina nossa vida, para sermos candeia e, através da palavra, levarmos a luz adiante para iluminar outras pessoas, devemos buscar o esclarecimento e a compreensão das palavras do Mestre. Assim, não há luz sem sacrifício, sem esforço, sem compreensão.

“É um erro lamentável despender nossas forças sem proveito para ninguém, sob a medida de nosso egoísmo, de nossa vaidade ou de nossa limitação pessoal. Coloquemos nossas possibilidades ao dispor dos semelhantes. Ninguém pode amealhar as vantagens da experiência terrestre somente para si. Cada espírito provisoriamente encarnado, no círculo humano, goza de imensas prerrogativas, quanto à difusão do bem, se persevera na observância do Amor Universal”, diz Emmanuel através de Chico Xavier.

Para sermos esta candeia que ilumina as pessoas ao nosso redor, preguemos as revelações trazidas por Jesus e pelo consolador prometido, principalmente pelo exemplo, como mostrou e viveu o Mestre, pois as revelações do Alto são a luz que precisamos para tornar nossa vida mais produtiva e feliz.

 
REFERÊNCIAS:

[1] A Candeia Viva. Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

[2] Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Editora FEB.

[3] Bíblia Sagrada, Novo Testamento.

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