A Caridade no uso consciente dos recursos naturais

Foto: unsplash.com

Por Fabian Viégas


Você já se deparou com uma foto do planeta Terra vista do espaço? Como é linda a nossa casa, não é mesmo? Mas o que estamos fazendo com a nossa casa? Exploramos os recursos naturais até sua extinção, extraímos mais da natureza do que precisamos, consumimos além do que necessitamos, e jogamos fora depois sem a compreensão do que fizemos e, muitas vezes, sem sabermos para onde esse descarte vai.

No Livro dos Espíritos de Allan Kardec, na pergunta 702, lemos que o instinto de conservação é uma Lei da Natureza, pois ele é dado a todos os seres vivos independentemente do grau de inteligência que possua. Todos os seres precisam se alimentar, e “devem contribuir para que os objetivos da Providência sejam cumpridos. Foi por isso que Deus deu aos seres vivos a necessidade de viver. A vida material é necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Todos sentem esse instinto de conservação e muitos nem se apercebem disso.”

Deus não daria aos seres essa necessidade de sobrevivência sem dar os meios para que eles atendessem essa necessidade. Temos as condições climáticas para a geração de alimentos a fim de saciar nossa fome, pois Deus em sua providência divina nos deu a capacidade de trabalhar para a evolução moral, física e intelectual.

Os Espíritos Superiores nos disseram que “A terra produziria sempre o suficiente, se o homem soubesse se contentar com o necessário. Se o que ela produz não é o suficiente para suprir todas as necessidades, é porque o homem emprega no supérfluo o que poderia ser aplicado no necessário.”

Dito de outra forma, extraímos do nosso planeta bem mais do que necessitamos para nossa sobrevivência. Então, por que consumimos mais do que precisamos e jogamos fora boa parte disso? Nos falta ainda noção do necessário e do compartilhar caridoso. O ter em abundância não é problema, mas saber o que fazer com essa abundância é o que devemos aprender.

A Carta da Terra assinada na cidade de Paris em março de 2000 diz “Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, por um compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, pela rápida luta pela justiça e pela paz, e pela alegre celebração da vida”.

Nessa época de incertezas, saibamos reconhecer no nosso irmão o sopro divino de Deus e façamos a caridade sem buscar reconhecimento próprio. Deus sabe o que cada um está fazendo, e isso é o que importa!


REFERÊNCIA:

KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos. 3.ed. Porto Alegre: BesouroBox, 2015, p.329-330. 

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